31 de outubro de 2009

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade..
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não à partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação,há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...
Flávio Gikovate

30 de outubro de 2009

"Aquele que conhece os outros é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso.
Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.
Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás ereto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Gasta-te, e permanecerás novo.
O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo, ninguém no mundo pode competir com ele."


***Lao Tsé - Tao Te Ching***

29 de outubro de 2009

UM HOMEM SEM VÍRGULAS É UM HOMEM SEM HISTÓRIA...O homem tem o costume de sempre usar a Teoria dos Pontos Finais em sua história e não a Teoria das Vírgulas: alguém lhe frustra? Elimina-o. Alguém lhe fere? Anula-o. Enfrenta um obstáculo? Muda de trajetória. Seu projeto está com problemas? O substitui. Sofre com uma perda? Vira as costas.O homem deve saber escrever o livro da sua própria existência. Seus textos devem ser descontínuos.Quem elimina todos ao seu redor um dia será implacável consigo mesmo. E esse dia chegará.Frustrações, decepções, injúrias, conflitos fazem parte de nosso cardápio existencial. E AS VÍRGULAS SÃO IMPRESCINDÍVEIS.(CURY, Augusto. O Vendedor de Sonhos)
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco.Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos nem chatos.Quero-os metade infância e outra metade velhice!Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. (Oscar Wilde)
Desejo menos ‘normalidade’ e mais felicidade a todos...
Menos padrão, e mais emoção...
Menos hipocrisia, e mais honestidade.
Menos exclusão, e mais justiça.
Menos preconceito, e mais aceitação.
Menos egoísmo, e mais solidariedade.
Sintam-se mais,
Vivam-se muito
Aceitem-se todo
Conheçam-se em tudo...
Experimentem-se...
E complementem-se a mando do seu coração.
Amém!

27 de outubro de 2009

Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia!!!

23 de outubro de 2009

As vezes na vida é necessário tomarmos algumas decisões!
Precisas...urgentes e importantes!
É necessário ignorarmos fatos ...
É preciso deletarmos da nossa vida o que não nos faz mais bem!
É balançoo..são medidas!
Temos que optar,escolher ,tirar de letra..e ainda por cima de salto alto!
Ignorar problemas que surgem no acaso de cada dia...
Esquecer que ontem alguem que FAZIA parte dos seus planos,hoje não passa de uma pessoa como outra qualquer !!
Que o que fez ontem ,hoje só pode ser lembrado...
E se possivel concretizado!
Seja intenso..Viva cada dia...Conheça intensamente as pessoas hoje!
Seja Felizz..Fique off...Descanse!
Organize suas idéias!Pense...Reflita!
E tome suas devidas atitudes!Isso só depende de vc mesmo!Minha vida sou eu mesma que construo a cada dia...!Faça o mesmo!
Hoje é dia de decisão!Quem se limita não vivee!

22 de outubro de 2009

Às vezes a gente corre tanto pela vida e deixa passar tantas coisas bonitas, a gente corre tanto e não percebe as coisas e as flores na beirada do caminho, às vezes a gente quer que o fruto amadureça antes do tempo. A gente tem muita pressa, mas somente o tempo dá as coisas pra gente na hora certa. O tempo sabe o momento exato de dar o presente que a gente merece... "LEVE A VIDA PELO LADO BOM E AME NELA SOMENTE AQUILO QUE FOR DIGNO DO SEU AMOR"

20 de outubro de 2009

Somente a inquietude e a clausura conduzem a poesia
Por que as palavras mais belas não vêm da inspiração
Se não de sentimentos que muitos não podem revelar
Porque viver e arriscar-se intensamente só é fácil na utopia
Já que palavras diretas e realistas não são sempre bem vindasA
inda que na poesia ninguém seja mais autor que o poeta
Pode ser que ao homem por trás do artista falte a ousadia
Que faz seu único risco apenas à discordância de quem lê
Falseando a realidade proibida e inventada em sonhos
Do que coloca em letras e linhas o que vive reprimindo
E fazer da vida real, esta que não existe, pois, cheia de segredos
A inspiração aos versos e o apelo para que outros se arrisquem
Sem a coragem de cometer o que pode ser o maior atrevimento
Enfrentar a realidade mesmo que viaje na ilusão emocionada
Enganando na leitura com a sonoridade de uma boa escrita
E salvo pela poesia, pois, se tão honesto não lhe entenderiam
Que a solidão até empresta carisma, e é longe de ser virtude
Pois que arte, fruto da angustia, da inquietude e tristeza
Que faz covardes no corpo a corpo da vida e heróis na escrita
Que por isso vêem no verso, única saída para o que os atormenta

19 de outubro de 2009

AFINIDADE

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simplese claro diante de alguém com quem você tem afinidade.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmosfatos que impressionam, como vem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Só entra em relação rica e saudável com o outro,quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.
E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso. Isso é afinidade.
Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceitao outro como ele é.
Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.Questionamento de não afins, eis a guerra.
A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.Independente dele.
A quilômetros de distância.Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,veremos ou falaremos. Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saempara buscar sintomas com pessoas distantes,com amigos a quem não vemos, com amores latentes,com irmãos do não vivido?
A afinidade é singular, discreta e independente,porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceuo vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relaçãoexatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidasnem pelas pessoas que as tem.
Por prescindir do tempo e ser a ele superior,a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidadesancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes. Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.
Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depoisencontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguirrestituir o clima afetivo de antes,é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,plantios de resultado diverso.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,quantos das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,a expressão do outro sob a forma ampliada erefletida do eu individual aprimorado.
(Arthur da Távola)

"A mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve. Afinação acontece. Um mesmo acorde, um mesmo som, uma mesma harmonia. Afinação acontece entre instrumentos musicais. A mesma nota repetidas vezes, a busca pela perfeição sonora e a certeza das similaridades entre um tom acima e um tom abaixo. A incrível mágica acontece quando os instrumentos musicais descobrem afinidades humanas entre si no mesmo instante em que os seres humanos descobrem afinações musicais dentro deles mesmos.Afinidade simplesmente não se explica, e sim aproveita; Porque é uma delicia!!"

18 de outubro de 2009

Elegância do comportamento por Martha Medeiros

As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram para mostrar uma certa elegância, de acordo com suas possibilidades.
Isso é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto: é uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam; e quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca.
É possível detectá-la também nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não.
É elegante não ser espaçoso demais. Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais
É elegante retribuir carinho e solidariedade.Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância.
Pode-se tentar capturar essa delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz com todos os indivíduos, indistintamente.
Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação.
É ser amigo sem conivência negativa.
É ser sincero sem agressividade.
É ser humilde sem relaxamento.
Ser cordial sem fingimento.
E ser simples com sobriedade.
É ter capacidade de perdoar sem fazer alarde.
É superar dificuldades com fé e coragem. é saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar.Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é.Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.É importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade.A verdadeira elegância é a do carácter, porque procede da essência do ser."

14 de outubro de 2009

O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas.
Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.
Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.


Albert Einstein
Ao longo da sua vida, você enfrentará inúmeras 'batalhas' na sua mente, e precisará ser forte para vencê-las. Por isso, cuide bem dela.Muitas pessoas se preocupam demasiadamente com o corpo, e acabam esquecendo-se da mente. Mas olha, o físico passa rápido, o intelecto não. É como narraram por aí, 'a peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.'

9 de outubro de 2009

'Seja gentil com as pessoas que te tratam bem,
perdoe as que não o fazem,
e acredite que tudo acontece por algum motivo.
Se aparecer alguma oportunidade na sua frente, aproveite-a.
Se ela mudar a sua vida, aceite.
Ninguém nunca disse que a vida seria fácil.
Somente que ela valeria a pena...'

Ser ou não ser de ninguém?

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Beijar na boca é bom? Claro que é! Manter-se sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de cultivar a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem (na maioria das vezes) a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.
Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

Intimidade - Martha Medeiros

Houve um tempo, crianças, em que a gente não falava de sexo como quem fala de um pedaço de torta.
Ninguém dizia Fulano comeu Beltrana, assim, com essa vulgaridade. Nada disso.
Fulano tinha dormido com ela. Era este o verbo. O que os dois tinham feito antes de dormir, ou ao acordar, ficava subentendido.
A informação era esta, dormiram juntos, ponto. Mesmo que eles não tivessem pregado o olho nem por um instante.
Lembrei desta expressão ao assistir Encontros e Desencontros. No filme, Bill Murray e Scarlett Johansson fazem o papel de dois americanos que hospedam-se no mesmo hotel em Tóquio e têm em comum a insônia e o estranhamento: estão perdidos no fuso horário, na cultura, no idioma, e precisando com urgência encontrar a si mesmos. Cruzam-se no bar. Gostam-se. Ajudam-se. E acabam dormindo juntos. Dormindo mesmo. Zzzzzzzzzzz.
A cena mostra ambos deitados na mesma cama, vestidos, conversando, quando começam a apagar lentamente, vencidos pelo cansaço. Antes de sucumbir ao mundo dos sonhos, ele ainda tem o impulso de tocar nela, que está ao seu lado, em posição fetal. Pousa, então, a mão no pé dela, que está descalço. E assim ficam os dois, de olhos fechados, capturados pelo sono, numa intimidade raramente mostrada no cinema.
Hoje, se você perguntar para qualquer pré-adolescente o que significa se divertir, ele dirá que é beijar muito. Fazer campeonato de quem pega mais. Beijar quatro, sete, treze.
Quebram o próprio recorde e voltam pra casa sentindo um vazio estúpido, porque continuam sem a menor idéia do que seja um encontro de verdade, reconhecer-se em outra pessoa, amar alguém instintivamente, sem planejamento. Estão todos perdidos em Tóquio.
Intimidade é coisa rara e prescinde de instruções. As revistas podem até fazer testes do tipo: “descubra se vocês são íntimos, marque um xis na resposta certa”, mas nem perca seu tempo, a intimidade não se presta a fórmulas, não está relacionada a tempo de convívio, é muito mais uma comunhão instantânea e inexplicável. Intimidade é você se sentir tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. É não precisar contemporizar, atuar, seduzir. É conseguir ir pra cama sem escovar os dentes, é esquecer de fechar as janelas, é compartilhar com alguém um estado de inconsciência. Dormir juntos é muito mais íntimo que sexo.

8 de outubro de 2009

“(...) sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo conduzia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”

QUE TAL AGORA???

Deixar a vida fluir e viver o que está aqui, agora, neste momento, para ser vivido?!? Que Tal?!

Não estou falando de uma situação ou de um mesmo aprendizado.
Apenas entrei num estado de sincronicidade incrível.
O que existe dentro de mim e o que existe fora de mim tem sido, dia após dia, algo indissociável.
É a unicidade da vida se manifestando milagrosamente, simplesmente porque decidi, definitivamente, que tudo é exatamente como tem de ser.

“Mas, então, tudo se trata apenas de uma escolha?!?” Sim, apenas uma escolha!
É exatamente do que se trata tudo o que você faz ou deixa de fazer na vida: uma escolha!!
Seja ela consciente ou não!
Isto é, quanto mais você entra em sintonia com o que há de mais verdadeiro em você, mais consciente será cada uma dessas escolhas que você faz a todo o momento.

“E é fácil?!?” E eu não tentaria te iludir! Depende!
Na maior parte das vezes, especialmente no início desta sincronicidade, não é tão fácil, já que estamos presos a padrões negativos que foram nutridos durante toda a nossa vida.
Então, embora seja simples, nem sempre é fácil. No entanto, a cada dia que você tenta, a cada dia que você treina, torna-se mais fácil do que antes.

O segredo é abandonar a resistência.
Toda a nossa dor, todo o nosso sofrimento está em resistir, em não aceitar, em brigar com as circunstâncias que não acontecem exatamente como esperávamos.
Travamos uma briga interna a maior parte do tempo, seja com o trânsito, seja com o tempo, seja com alguém que tem um comportamento que nos incomoda, seja com um resultado insatisfatório, seja com nada.
Isso mesmo! Brigamos até com o nada, com o que não acontece.
Tornou-se praticamente um vício nos mantermos num estado de constante conflito com a vida!

E sabe o que é pior? Nem percebemos.
Terminamos acreditando que é assim mesmo.
Que o melhor da vida está justamente nesta tensão que parece nos motivar, neste amontoado de problemas a serem resolvidos.
Afinal, se pensarmos bem, terminaríamos concluindo: o que seria nossa vida senão todas essas questões a serem ultrapassadas! hahaha

Que desperdício!!!
Tenho descoberto, na prática, extasiada e feliz, o quanto posso relaxar, parar de fazer força, parar de brigar.
O quanto é tão melhor e tão menos difícil viver o tão falado AGORA, que até então eu não havia sentido exatamente que tempo era esse...

Afinal de contas, quando pode ser a vida senão agora?
Quando eu posso aproveitar senão agora?
E agora, acreditem, neste instante, não há mais nada senão eu mesma escrevendo essas linhas.
E agora, enquanto você lê, não há mais nada senão você lendo essas linhas.

O agora é tudo o que temos e o que somos.
E quando conseguirmos não entender (porque a mente não é capaz de compreender o agora), mas viver de fato esse momento, viver de fato o agora, sem conduzir nossos pensamentos para o passado ou para o futuro e sem ficar analisando e julgando tudo o que acontece, como se fôssemos juízes do mundo e de nós mesmos, como se pudéssemos controlar o Universo, simplesmente entramos num estado de paz até então desconhecido... e sentimos o que é, finalmente, a felicidade.

Então, simplesmente relaxe os músculos,
respire profundamente e se entregue,
aceite o que for, o que vier.
Tente, só por hoje, responder “é mesmo?” para tudo o que lhe acontecer, e veja o que acontece.

E quando a sua mente tentar te distrair com reclamações, indignações e tensões, apenas proponha a si mesmo: QUE TAL AGORA?
E volte para o único tempo que realmente vale a pena ser vivido! Parece utopia, mas não é!

O que realmente Importa????

Talvez você já tenha se feito esta pergunta: o que realmente importa em sua vida?
Quem realmente importa?.
Sei que este parece ser um questionamento muito simples, mas quando mergulhamos profundamente na questão, descobrimos que nem sempre vivemos a partir daquilo que realmente tem importância pra nós!Somos incitados, quase que hipnotizados, diariamente, a engolir verdades que não são nossas, regras impostas por quem não sabe nada sobre nosso coração, leis inventadas sem levar em conta delicadezas como um coração, uma alma, um sentimento. Apenas determinações na tentativa de nos manipular, de nos julgar, de nos imprimir rótulos que nada dizem sobre nossas dores nem tampouco sobre nossos amores.E assim vamos nos esquecendo do que realmente importa! Noções sobre certo e errado ou bom e ruim ganham cunhos políticos. E daí para a demagogia, a hipocrisia e o ridículo, a distância é praticamente nenhuma! Mas a gente aceita e até se esforça, quase nos sentindo culpados se não o fizermos, para digerir essas medidas engessadas e, tantas vezes, estúpidas.Nem notamos mais a sutil diferença entre o raso e o profundo, o divino e o insano, o belo e o patético. Outro dia, passeando pelo trânsito de Belo Horizonte, aproximou-se da janela do carro onde eu estava um rapaz fantasiado, com os cabelos arrepiados, cantarolando sem parar e dançando entre os corredores. Entregava panfletos. Trabalhava pelo seu pão de cada dia. Impossível não achar graça de sua absoluta espontaneidade diante de um cenário aparentemente fora do normal...E pensei num instante: como é linda a loucura que a alegria de viver nos provoca... E vivam os loucos de amor, estejam onde estiverem, façam o que fizerem!Pois é isso que desejo a mim e a você neste tempo de recomeçar, de refazer os planos, de relembrar os sonhos, de reabrir os caminhos tortos desta busca sagrada: a loucura da alegria de viver... pautada naquilo que realmente tem importância.Porque mais do que obedecer às regras e leis, mais do que se encaixar nos conceitos que definem extremismos vazios, mais do que seguir o fluxo feito bicho que nada pode fazer para escapar de seu destino sórdido, desejo que eu e você tenhamos apenas uma linha de conduta: a de atos inspirados nos bons sentimentos; e apenas um tipo de caráter: aquele comprometido em fazer o bem (considerando sempre nossa sublime imperfeição)!E isso, em minha opinião, nada tem a ver com pertencimento a esta ou aquela conceituação. Religião, cor, opção sexual, sexo, classe social, aparência física, nacionalidade, profissão ou simbologia adotada são escolhas ou contingências pessoais, mas não revelam a grandeza de um espírito. É a sua conduta aliada ao seu caráter que o faz digno de um amor merecido.
Que sua vida tenha –de verdade– bem menos rótulos, muito menos preconceito e mais, cada vez mais, seja regido pelo que tem importância! E no fundo, no fundo, a gente sempre sabe o que realmente importa, especialmente quando decide abandonar a postura medíocre de juíz do Universo para agir com o coração!

7 de outubro de 2009

Dizem que o amor é cego, mas não é, não. A paixão é que é. A paixão deixa a gente meio idiota mesmo. Depois vem o tempo, joga um balde de água e coloca um par de óculos na cara da gente e a gente começa a enxergar as coisas do jeito que elas realmente são. Acho que quero me apaixonar pra sempre. Passar um tempo idiota e voltar ao normal. Idiota. Normal. Idiota. Normal. Idiota. Normal. Idiota. Normal. Idiota. Normal. Só espero que eu termine a jornada normal. Ah, não! Quero terminar idiota!

6 de outubro de 2009

Como é estrαnho, ver o tempo pαssαndo e mudαnçαs αcontecendo.
O fαto, é que α gente αcαbα percebendo, que reαlmente α vidα é feitα de momentos...
E cαbe α nós, só α nós, torná-los felizes, tristes ou inesquecíveis.
E αpesαr de tudo, αpesαr de pessoαs e sentimentos, temos que viver cαdα um desses momentos, e estαr dispostos α sofrer cαdα consequênciα, mesmo sem sαber se elα será trocαdα por umα lágrimα ou por um sorriso.
Não vejo mistério em ser simples, nem loucurα em ser sincerα, αpenαs levo αs coisαs dα mαneirα como gostαriα que elαs fossem...
Vivo o minha vida nα esperαnçα de que, sejα lá onde este cαminho der, o finαl vαi ser sempre o melhor possível, não pαrα mim, mas pαrα α minhα históriα!!
E independente do espetáculo, ou do frαcαsso, dαs lágrimαs que vão cαir, ou dαs gαrgαlhαdαs que vão ecoαr, no finαl eu vou estαr FELIZ por tudo que fiz, e resignαdα com o próximo pαsso que vou dαr . Esse é o verdadeiro encanto da vida!!

5 de outubro de 2009

"As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhordas oportunidades que aparecemem seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que carregam na simplicidade a humildade .
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecema importância das pessoas que passam por suas vidas.."

TUDO OU NADA: ACORDE PRA VIDA!

Lembre-se: na vida, há sempre muitas placas de sinalização. É fundamental estar atentos a essas placas, pois elas orientam nossa caminhada. Não adianta tentar destruí-las, trocá-las de lugar nem fingir que não as vemos.

A vida sempre nos avisa quando estamos no caminho errado. Às vezes, no entanto, nossa inconsciência nos impede de perceber o que estamos fazendo conosco mesmos.
Adianta insistir em ir de São Paulo ao Rio de Janeiro pela rodovia Fernão Dias, que leva a Minas Gerais? É claro que não! Mas quantas vezes vemos isso acontecer com um motorista?
Ele está lá, concentrado no volante, e as placas, durante o tempo todo, apontam a distância que falta para chegar a Belo Horizonte. Nem uma só vez aparece a distância que falta para chegar ao Rio de Janeiro. Mas ele segue em frente até que, de repente, a ficha cai:
- Puxa! Peguei a estrada errada!
Quantas vezes você fez algo parecido com sua vida?
Você afundou o pé no acelerador e foi em frente. As placas de sinalização mostravam que estava na direção errada, mas você nem percebeu os sinais. Insistiu naquela estrada sem se dar conta de que estava entrando numa fria. Quando, enfim, percebeu que havia tomado o rumo errado, você ficou extremamente irritado e precisou pegar o primeiro retorno que encontrou.
É sem dúvida raro o fato de que alguém permaneça dirigindo em uma estrada de rodagem errada por muito tempo, mas há quem fique eternamente em um caminho de vida que não lhe traz felicidade. Muitas placas mostram o caminho errado, mas a pessoa continua insistindo. Os filhos avisam, a insônia avisa, a vontade de beber, que cresce dia após dia, avisa... Mas ela permanece naquele caminho como um robô teleguiado. Ignora os sinais da vida e procura justificar seu comportamento.
Existe um comportamento ainda pior: a destruição das placas de sinalização. É como se o viajante destruísse todas as placas que indicam que está a caminho de Belo Horizonte. Prefere destruí-las a parar e perguntar. Afasta-se dos verdadeiros amigos, que o avisam sobre o caminho errado, afasta-se do filho, que insiste em lhe mostrar que não está bem, isola-se do mundo, abandona a terapia. Lembre-se: a destruição das placas não elimina a dificuldade de criar felicidade em sua vida!
Certa vez, um amigo meu se apaixonou por uma mulher totalmente destrutiva cujo único interesse era apropriar-se do dinheiro dele. A família e os amigos, eu inclusive, tentaram alertá-lo sobre o caráter da moça. Ele se distanciou de todos.
Depois de algum tempo, já um pouco desconfiado de que havia algo errado, contratou um detetive que grampeou o telefone da moça e gravou suas conversas. Em uma delas, falando com uma amiga, a namorada revelou que não o amava e que, depois de pegar todo o dinheiro dele, passaria a viver com outro. Quando meu amigo me mostrou essa fita, pensei que deixaria a moça. Mas minhas esperanças foram vãs. Depois de alguns dias, ele começou a dar justificativas para a conversa da namorada. Teve muitas dores de cabeça até conseguir separar-se dela.
Esse é o caso típico de alguém que está no caminho errado, quebra as placas e passa a justificar sua infelicidade. Cuidado!
É claro que, conforme vimos no capítulo anterior, quando você decide trilhar um caminho, é importante escolhê-lo bem e manter-se nele com persistência. Se você, porém, perceber que está no caminho errado, será melhor mudar de rota. Faça o retorno mais próximo e comece tudo de novo! É muito mais proveitoso fazer isso do que seguir sofrendo eternamente.
Lembre-se: na vida, há sempre muitas placas de sinalização. São enxaquecas ou insônias freqüentes, distúrbios alimentares, dificuldades sexuais, pessoas que se aproximam ou se afastam, brigas eternas no casamento, um filho que apresenta problemas de desenvolvimento emocional, enfim, uma infinidade de ocorrências - algumas aparentemente banais, outras avassaladoras - que nos oferecem indícios do caminho que estamos trilhando.
É fundamental estar atentos a essas placas, pois elas orientam nossa caminhada. Não adianta tentar destruí-las, trocá-las de lugar nem fingir que não as vemos. Todas essas são tentativas infantis de nos iludir, pois, se estivermos seguindo um caminho que não leva à plenitude, os avisos se tornarão cada vez mais freqüentes e intensos. No começo, sentimos uma angústia que se transforma em insônia e, de repente, torna-se depressão. E não adianta adiar o momento de mudar de estrada. Por mais que tentemos destruir os sinais, eles continuarão a aparecer à frente até tomarmos uma decisão e escolhermos outro rumo.