30 de maio de 2010

...Talvez eu deva mostrar minhas qualidades e deixar que as pessoas descubram meus defeitos, talvez eu ainda tenha chance de mudar muitas coisas...mostrar que tudo aquilo que muitos vêem não seja a mais pura verdade... que todos aqueles velhos valores da vida sejam transformados e mudem minha maneira de pensar...talvez eu deva ser igual a muitos, mas por escolha própria, resolvi ser diferente, e ser assim, simplesmente eu e goste quem quizer gostar!!!

19 de maio de 2010

Chega de ficar quebrando a  cara
com os velhos erros de sempre.


Quero cometer erros novos, passar por apertos diferentes,


experimentar situações desconhecidas,


sair da rotina e do lugar comum.


Esse ano eu preciso crescer!


Chega de saber a saída


e ficar parado na porta,


ensaiando os passos


sem nunca entrar na estrada,


esperando que me venha


o que eu mais preciso encontrar.


Esse ano, se eu tiver que sofrer,


será por sofrimentos reais


nunca mais por males imaginários,


preocupado com coisas


que jamais acontecerão.

Chega de abanarem de graça com o MEU chapéu!

Chega de planejar o futuro e tropeçar no presente.


Chega de pensar demais e fazer de menos.


Chega de pensar de um jeito e fazer de outro.


Chega de corpo dizer sim e a cabeça não.


Chega desses intermináveis conflitos que


me fazem adiar para nunca a minha decisão.

 EU VOU VIVER - DO MEU JEITO!

2 de maio de 2010

Feliz por nada - Martha Medeiros


Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.


Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.

Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.


Feliz por nada, nada mesmo?


Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?


Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.


Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.


Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?


A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.


Ser feliz por nada talvez seja isso.

1 de maio de 2010

"Não tenho vocação para a permanência eterna, para nada eterno.



Não mais. Tinha quando era uma menina e não fazia ideia de que estar em movimento não era sinônimo de indecisão, e sim de sabedoria.


Para frente, para trás ou para os lados: não importa a direção, o que vale é a troca de paisagem. O ângulo novo. As coisas que a gente não enxerga antes,quando estava parado.


Ao tirar os dois pés do chão, permito que as certezas me abandonem e me concedo o direito ao mistério. Não fico mais tão segura de nada, e assim abro espaço no cérebro para diversas especulações -que me levarão onde?


Não sei.


O "não sei" pode, sem querer, nos apontar um caminho bem legítimo.


Tirando os pés do chão, volto a sonhar, eu que havia trocado sonhos por objetivos.


Já não sou criança para temer que essa "levitação" me faça cometer bobagens.


Vai ver é de bobagens mesmo que estou precisando.


Manter os pés no chão exige contração, concentração. Não é relaxante.


Para sair da posição de sentido, preciso me desapegar, me desprender:será isso ruim?


Não quero mais em mim uma postura militar, uma cabeça de sargento, ao menos não todo o tempo. Preciso encontrar em mim a recruta também, o soldado que cumpre as regras, porém debocha do general quando ele não está vendo.


Vou manter meus pés no chão, porque delirar todo o tempo não é possível, não quando se tem responsabilidades adquiridas.


O orgulho da consciência ainda habita em mim. Mas ficar cravada no solo, pra sempre, não dá.


Como diz o norueguês, não se vai a lugar algum, então que eu me desloque ao menos em pensamentos, em vertigens mentais, em piruetas audaciosas que me façam pousar alguns metros adiante, lá onde se consegue olhar pra trás e descobrir o bem que fizemos ao mudar."