29 de novembro de 2010

Mentiras consensuais - Martha Medeiros

Existem pessoas felizes e pessoas infelizes, e todas elas se questionam. Umas bebem champanhe e outras água da torneira, e se fazem as mesmas indagações. Se existe uma coisa que nos unifica são as dúvidas que trazemos dentro. São pequenas angústias que se manifestam silenciosamente, angústias que não gritam, ou gritam somatizadas em úlceras, insônias e depressões. Angústias diante das mentiras consensuais.
O que são mentiras consensuais? São aquelas que todo mundo topou passar adiante como se fosse verdade. Aquelas que ouvimos de nossos pais, eles de nossos avós, e que automaticamente passamos para nossos filhos, colaborando assim para o bom andamento do mundo, para uma sanidade comum. O amor, o sentimento mais nobre e vulcânico que há, tornou-se a maior vítima deste consenso.
Mentiras consensuais: o amor não acaba, não se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, quem ama quer filhos, quem ama não sente desejo por outro, amor de uma noite só não é amor, o amor requer vida partilhada, amor entre pessoas do mesmo sexo é antinatural.
Tudo mentira. O amor, como todo sentimento, é livre. É arredio a frases feitas, debocha das regras que tentam lhe impor. Esta meia dúzia de coordenadas instituídas como verdades fazem com que muitas pessoas achem que estejam amando errado, quando estão simplesmente amando. Amando pessoas mais jovens ou mais velhas ou do mesmo sexo ou amando pouco ou amando com exagero, amando um homem casado ou uma mulher bandida ou platonicamente, amando e ganhando, todos eles, a alcunha de insanos, como se pudéssemos controlar o sentimento. O amor é dono dele mesmo, somos apenas seu hospedeiro.
Há outros consensos geradores de angústia: o mito da maternidade, a necessidade de um Deus, a juventude eterna. Sobem e descem de ônibus milhares de passageiros que parecem iguais entre si, porém há entre eles os que não gostam de crianças, os que nunca rezaram, os que estão muito satisfeitos com suas rugas e gorduras, os que não gostam de festas e viagens, os que odeiam futebol, os que viverão até os cem anos fumando, os que conversam telepaticamente com extraterrestres, os ermitões, enfim, os desajustados de um mundo que só oferece um molde.
Todos nós, que estamos quites com as verdades concordadas, guardamos, lá no fundo, algo que nos perturba, que nos convida para o exílio, que revela nossa porção despatriada.
É a parte de nós que aceita a existência das mentiras consensuais, entende que é melhor viver de acordo com o estabelecido, mas que, no íntimo, não consegue dizer amém.

28 de novembro de 2010

A história de Romeu e Julieta – Martha Medeiros

Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor ?

São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno ?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora.
Se não provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas.
Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estria e celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém.
Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta.
Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério,ela deve ter confundido as coisas.
Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha.
Por estas e outras que eles morreram se amando!!!

26 de novembro de 2010

Você já percebeu que quando eu te vejo eu perco o chão.
Que o simples fato de te ouvir me faz perder toda razão
Quando você chega minha mão transpira
Minha mente pira
Eu já não sei o que fazer
Já vi que esse lance tá ficando chato
Pois até os meus atos não consigo mais conter
Não ligo se você nem tá ligando nem tão pouco se importando
Mesmo assim vou te dizer
Já dei tempo ao tempo, mas o tempo não me ajuda
Se tento te esquecer só faço te querer
Tá no meu pensamento sentimento que não muda
Tô louco pra te ver
Só quero amar você...

24 de novembro de 2010

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

20 de novembro de 2010

Quem nunca?

Quem nunca ficou fazendo planos deitado na cama antes de dormir? Quem nunca leu e releu um histórico de msn e lembrou como se fosse na hora? Quem nunca viu uma foto e pensou como seria se você tivesse lá? Quem nunca quis voltar no tempo pra corrigir o que ficou como medo de fazer? Quem nunca precisou ouvir um elogio pra se sentir bem? Quem nunca falou alguma coisa e se arrependeu depois? Quem nunca teve um sonho perfeito e ficou chateado de ter acordado? Quem nunca ouviu uma música e lembrou de alguém? Quem nunca olhou pra o celular achando que era ele e era sua mãe? Quem nunca ficou bolada por um motivo ridículo e prometeu que não ia mais gostar de quem te fez sofrer mas foi em vão? Quem nunca se iludiu? Quem nunca teve vontade de sumir e só voltar quando tudo tivese bem? Quem nunca viu um filme de romance e quis ser feliz para sempre? Quem nunca quis ser feliz pra TODO sempre...

10 de novembro de 2010

Liberdade é uma palavra simples, com um conceito simples e uma formação simples. Mas suas conseqüências são tremendamente devastadoras. Uma vez que você se liberta de algo, você tem que aprender a viver sem aquilo, acostumar-se que sua vida não tem mais nada a ver com isso, e tentar seguir sem se prender à algo.

5 de novembro de 2010

AMADURECIMENTO - (Mário Quintana)

A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando...
Principalmente a busca pela felicidade, e pelo grande amor da nossa vida.
Na juventude, ficávamos nos perguntando
"quando será que vai chegar?"
E a cada nova paquera, a pergunta surgia:
"será a minha alma gêmea”?
Fazíamos planos, escolhíamos nomes dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT!
O tempo faz a procura ser mais seletiva.
Passamos à procurar alguém que seja bem resolvido, inteligente, com aquele papo que nos deixe sentados no bar o resto da noite.
Passa-se a valorizar alguém que saiba cuidar da gente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que sorria de felicidade quando nos olha, mesmo de short, camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas para ficar em casa.
E todos os eventos da cidade:
Churrasco, festinhas, boates já não tem o mesmo sentido.
Vamos percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, é preciso, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe-se, também, que quem amamos (ou imaginamos amar),e que não corresponde à nossa expectativa, definitivamente não é a pessoa certa.
Aprendemos, com o tempo a gostar de nós mesmos, e, principalmente, a gostar de quem também gosta da gente.
Neste estágio a gente vai encontrar, não quem estava procurando, mas quem estaria nos procurando!
Aprendemos também que o segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham.